Capela da Nossa Senhora da Nazaré - Quinta da Granja do Marquês
A primeira referência histórica conhecida referente à Capela da Quinta da Granja do Marquês aparece-nos na obra Corografia Portuguesa do padre António Carvalho da Costa, datada de 1712, que sucintamente escreve o seguinte: «A Quinta da Granja com huma Ermida de Nossa Senhora de Nazareth que fundou Iacome da Costade Loyreyro e acabou no anno de 1701 Sebastião de Carvalho, senhor da dita quinta com o motivo de aparecernella a imagem de Nossa senhora que alli se conserva obrando prodigiosos milagres». A propriedade passou de imediato a ser designada pelo topónimo de Granja de Nossa Senhora da Nazaré.
As obras da quinta foram concluídas no ano de 1701 por Sebastião de Carvalho, o então proprietário. Após a sua morte o primeiro herdeiro da quinta foi o prelado e fidalgo D. Paulo de Carvalho e Mendonça (1702/1770), Monsenhor da Patriarcal de Lisboa, Comissário Geral de Bula da Cruzada, Secretário e Vedor da Fazenda da Casa e Estado da Rainha D. Mariana Vitória e entre outros foi nomeado Cardeal pelo Papa Clemente XIV, pouco antes da sua morte nos inícios de 1770.
A quinta passa posteriormente para as mãos do seu irmão, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782). Durante o tempo em que, tanto D. Paulo de Carvalho e Mendonça, como o Marquês de Pombal, tiveram a propriedade em seu poder, enriqueceram-na com várias estruturas, tanto residenciais como agrícolas.
A capela, já existente, de planta retangular, foi também alvo de uma intervenção que a adaptou à realidade barroca. Os estuques que revestem o templo apresentam uma sobriedade pouco habitual no barroco. Ainda menos habitual e até mesmo raro é o tema representado no tecto da capela-mor – “A Casa da Virgem”. A nave apresenta lambris de azulejos, azuis e brancos, de grande qualidade plástica, cuja temática são o Nascimento de Cristo e a Apresentação da Virgem.
No dia 9 de Setembro de 1862, o quinto marquês de Pombal aluga a Quinta ao estado português para ali ser instalada a Quinta Regional de Sintra, uma espécie de escola agrícola que grande fama conseguiu ao longo dos anos em que se manteve em actividade. A capela, como estipulado no contrato, ficou aberta ao público, ainda que a partir de 1878 o campanário tenha sido utilizado como observatório meteorológico.
Em 1920 a Força Aérea Portuguesa transferiu para ali as suas instalações da Escola de Aeronáutica. Em 1925, a Capela é dotada de uma imagem da Nossa Senhora do Ar, consagrada padroeira dos aviadores em 1960 pelo Papa João XXIII.