Palácio de Seteais. Na vanguarda do Romantismo.
Jorge Batista *
O cônsul Daniel Gildemeester inaugurou no dia 25 de Julho de 1787 um palácio localizado junto ao público campo de Seteais, em Sintra. O Palácio de Gildemeester adoptaria o nome de palácio de Seteais em virtude do topónimo em que se encontra implantado. Projectado pelo arquitecto inglês William Elsden, a primitiva estrutura seria alvo de uma importante campanha terminada em 1802, patrocinada pelo 5.º marquês de Marialva, D. Diogo Vito de Menezes, com risco do arquitecto português José da Costa e Silva, que a aumentou e transformou num majestoso palácio que o tempo conservou até aos nossos dias. Ao longo de mais de dois séculos o palácio de Seteais conheceu vários proprietários e encantou gerações de sintrenses e estrangeiros, que se deslocavam a Sintra para veranear ou a pretexto do Grand Tour Continental. Perpetuado nos carnets de viajantes e na poesia e ficção de portugueses e estrangeiros, o palácio é, ainda hoje, uma das estruturas arquitectónicas mais extraordinárias do cenário sintrense. No trabalho que agora apresentamos estudámos as duas principais campanhas de obras de que o palácio de Seteais foi alvo, a sua zona envolvente e a literatura e a poesia que o imortalizaram.